Fonte: Bhagavad-Gita como ele é de
SDG Swami Prabhupada
Simbologia BG - Bhagavad-Gita livro
do sec IV aC.
Introdução
O Rei Bharata teve dois filhos:
Dhrtarastra, o mais velho, era cego, e perdeu o trono para o mais novo Pandu. Eles
tinham vários filhos quando Pandu morreu. Mesmo cego Dhrtarastra assuniu o
reinado, e criou seus filhos e os de Pandu. O tempo passou e o filho mais velho
de Dhrtarastra queria ser Rei, e se dispôs a matar seus primos, os filhos de
Pandu. O livro transcorre no momento da guerra entre as duas tribos. Krshna
(encarnação do Deus Vixnu) interferiu. Colocou seu exército à disposição dos
filhos de Dhrtarastra, e ele foi ser conselheiro dos filhos de Pandu (os Pandavas).
No front de guerra Krshna conduz a charrete de Arjuna, o melhor arqueiro dos
Pandavas, então os dois têm um diálogo filosófico a respeito da vida. Este é o
assunto do livro.
1,25-38
- Arjuna não quer guerrear contra seus primos. Comenta que eles estão dominados
pela cobiça, então não acha errado matar a própria família. Arjuna acha que seus
irmãos não devem participar destes atos pecaminosos, e diz que a destruição da
família com suas tradições leva os demais membros à irreligião. A irreligião
leva à criação indesejada, ao aumento da população, e a uma vida infernal. Conclui
que é melhor morrer sem lutar.
2,1
- Krshna disse a Arjuna: Como foi que estas impurezas se desenvolveram em ti?
Elas não condizem com um homem que conhece o valor da vida. Elas não conduzem
aos planetas superiores, mas à infâmia.
a- Krshna quer dizer que o
sentimentalismo (emoção, fraqueza de coração) não é bom para o homem, que não o
deixa crescer espiritualmente. O que concorda com a Bíblia, que diz que o mal
sai da boca do homem, porque transborda no coração.
b- Veja o sentido da palavra
planeta. Aqui significa plano ou grau intelectual de conhecimento e sabedoria.
Logo considerar planeta como astro sideral não é correto.
Cap2,27 – Quem nasce morre, mas
depois volta a nascer. Por isso deve cumprir seu dever (até matar) agora, e não
se lamentar.
2,14
- Felicidade e aflição, inverno e verão, são coisas materiais, sensíveis,
passageiras, e deve-se aprender a trolerá-las para ser livre.
2,16
– O corpo muda, e não permanece; e a alma é eterna, e não muda.
Comentário: A contradição é que o
corpo existe como matéria por isso muda a cada instante. O espírito não existe
como matéria é metafísico, atemporal, então perdura eternamente, mas é
impessoal. A alma é a junção de corpo e espírito, então é matéria personificada,
muda a cada pensamento, e não é eterna, existe enquanto existir o corpo. Ela
pode morrer através da renúncia ao pecado, e o corpo permanecer. A Bíblia diz
em Ef4,22s: ‘Renunciai à vida passada, despojai-vos do homem velho, corrompido
pela vontade enganadora. Renovai sem cessar o sentimento de vossa alma,
revesti-vos do homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e
santidade’. Então nasce o homem novo, ou alma nova. Mas na morte a alma se
desfaz com o corpo. A Bíblia diz que ela volta para Deus.
2,17
- Aquilo que penetra o corpo inteiro é indestrutível.
Comentário: O que penetra o corpo é
o espírito, e age sobre ele formando a vida (pensamento, consciência, alma).
Diz a Bíblia que o espírito vivifica, ou seja, dá a vida. A alma é a vida. É
comum confundir espírito e alma, mas eles são coisas distintas.
2,19
– A alma não tem nascimento ou morte, pois ela é eterna.
Comentário: A alma nem nasce nem morre,
ela se forma e se desfaz quando o espírito penetra ou sai do corpo. A alma é
pensamento e consciência, é matéria invisível, como a eletricidade, o
magnetismo, a vibração. Uma pessoa pode mudar de personalidade (de alma, de
consciência). Por exemplo: Um ator representa uma pessoa (personagem), mas
depois volta a ser ele mesmo, só depende do espírito que o conduz. A questão é que antigamente se achava que alma
e espírito era a mesma coisa.
2,22
- Assim como se veste roupa nova, e abandona a velha, a alma troca de corpo
material.
Comentário: Uma pessoa troca de
roupa, e continua sendo ela mesma. Se ela envelhece, ela está adquirindo um
corpo velho e não novo. Mesmo assim continua sendo a mesma pessoa, a mesma
alma. Ninguém muda de alma porque envelhece. A maturação do corpo vem do DNA, e
a maturação da alma vem dos espíritos (de dor e alegria) que a acediam e lhe dão
experiência. Viver é experimentar coisas novas (boas e más). Agora alma trocar
de corpo deve ser um mal entendido.
2,27
– Reencarnação. Quem nasce, morre, mas depois volta a nascer.
Comentário: Krshna ensina Arjuna que
o homem morre, e depois renasce, por isso ele deve cumprir sua obrigação, mesmo
que mate ou morra. A obediência é o cumprimento das obrigações (da lei), e é a
justiça.
O homem materialista não aceita a
morte, porque ela o faz abandonar a matéria, então a reencarnação o faz aceitar
a morte, achando que vai voltar. Mas isso é um engano, pois se voltar será outra
pessoa, outra alma. O conceito é que alma e pessoa são palavras sinônimas, é a
mesma coisa.
Há pessoas que afirmam ter sido
fulano ou ciclano em épocas anteriores. Dizem ter certeza, mas deixam os outros
confusos, pois não sabem como devem tratá-la. Como ela ou seu antecessor? Ou
como o antecessor do antecessor, etc? Qual seria o mais conveniente?
O apóstolo Paulo, na Bíblia, diz que
deve morrer o homem velho e nascer o novo, depois o novo fica velho, morre de
novo para nascer outro novo, e assim sucessivamente, sem, no entanto morrer
físicamente. Através do espírito de renúncia, perdão, paciência, e muitas
outras virtudes, vindas de Deus, a alma se transforma (converte), então se diz
que a alma velha morre, para dar lugar à nova, e assim a pessoa cresce
espiritualmente. Então o que existe são vários recomeços de vida para a pessoa crescer,
nesta única vida temporal. O que houve foi um mal entendido que inverteu as
coisas, em vez de renascer em espírito atemporal e eterno, entendeu-se renascer
na carne de forma temporal e material. Veja que Jesus falou a Nicodemos (Jo3)
que deveria nascer de novo, e ele entendeu materialmente, e Jesus o recriminou
dizendo que ele era mestre, e não entendia isso. E quantas pessoas hoje são
como Nicodemos. São mestres, mas não entendem da mudança de vida pelo espírito.
Tudo porque são materialistas, e não sabem o que é espírito.
2,28
– Todos os seres criados são imanifestos, depois manifestos e imanifestos
novamente.
Comentário: A questão da
manifestação é uma questão material, ou seja, do tempo. No eterno não há
movimento, então não há tempo, e tudo é, mas não existe. Tudo é potencial segundo
a vontade (o projeto criativo) de Deus. Deus é presente contínuo, eterno agora.
Agora Ele concebe tudo o que existiu e o que vai existir. Assim não pode haver
reencarnação, pois o carma depende das escolhas que um encarnado fez para
definir a próxima encarnação, mas Deus é eterno e não pode depender deste
tempo. Tudo isso considerando que o homem é livre para tomar suas decisões.
2.31s
– Considere seu dever específico. Não há melhor ocupação para ninguém, que
viver e lutar conforme as leis religiosas. Bem aventurado os que têm
oportunidade de lutar, abrindo-lhes as portas dos planetas celestiais.
Comentário: A palavra planeta foi comentada
no cap2,1, e aqui ela tem o mesmo sentido. O materialista pensa em planetas do espaço
sideral, coisas materiais, mas o homem espiritual deve pensar espiritual, então
são planetas como planos, degraus de crescimento espiritual. Na vida material
se tem a chance de amadurecer espiritualmente subindo os degraus (ou planetas)
de aperfeiçoamento, mas em uma só vida material.
2,38s
– Deve lutar por lutar, sem levar em consideração a felicidade ou a aflição,
assim não incorre em pecado. E assim se libertará.
Comentário: Todo homem livre cumpre
sua missão pela própria missão, e não por interesses, por isso ele é livre, mas
não deixa de ser pecador.
2,41-50
– a) O pensamento do homem que não se decide tem muitas idéias.
b) O
homem de pouco conhecimento se apega às coisas que passam, e deixa as que não
passam.
c)
O homem tem o direito de cumprir seu dever, mas não pode exigir os frutos da sua
ação.
d) A
oração (serviço devocional) livra o homem de boas e de más ações.
2,51
– A oração livra o homem dos resultados do trabalho material, e ele transcende
ao ciclo de nascimentos e mortes.
Comentário: Este verso explica bem
que não existe a reencarnação para aqueles que oram, e vivem virtuosamente. Os que
não agem assim também não reencarnam, permanecem em seu estado de ignorância,
que a Bíblia chama de inferno.
Como já foi explicado, o ciclo de
nascimentos e mortes são as diversas conversões que um homem deve fazer em sua
vida. Na Bíblia Paulo diz que deve morrer o homem velho para nascer o novo. Não
só uma vez, mas tantas quantas forem possíveis. Isto não é reencarnação, é
recomeçar a vida e crecimento espiritual, e assim Deus liberta o homem que
quer, numa única vida, e os que não querem permacem como estão.
2,52
– Quando sua inteligência cruzar a floresta da ilusão se tornará indiferente.
2,55-61
- Quando alguém desiste dos desejos da invenção mental ... e sua mente
purificada só encontrar satisfação no Eu, ela está em consciência pura.
Comentário: A realidade é temporal e
ilusão porque muda a cada instante. A pessoa que entende isso vai deixar de se
preocupar com os acontecimentos reais. Vai viver fora da realidade, em outro
modo de vida (planeta). Assim:
O Eu equivale à onipresença de Deus,
seu Espírito Santo guia e educador do homem, que o faz renunciar a si e ‘amar
ao próximo como a si mesmo’. O Eu não se refere ao ego do homem, mas ao Eu de
Deus.
Segundo a Bíblia, os desejos do
homem (ego) são todos maus, e vêm do coração (sentimentos) do homem. Um
espírito age na mente do homem (razão, inteligência), e ele decide aceitar ou renunciar
aos desejos e vontades (Mt12,34), conforme manda o espírito que ele segue. Se
for do bem o homem será sábio, se for do mal ele sofrerá.
2,62s-
Dos sentidos vem o apêgo. E ele gera a luxúria, que gera a ira, que gera a
ilusão, que gera a confusão de pensamento, se perde a inteligência, e se torna
materialista.
2,64-72-
Quem se livra do apêgo obtém a liberdade, ganha a alegria e a certeza das
coisas, obtém a paz e a felicidade.
Comentário: Dos sentidos quer dizer
dos olhos, ouvidos, tato, paladar, odor e sexo vem o pecado. Os sentidos geram
os desejos. Diz Tiago em sua carta (Tg1,14): Cada um é tentado por sua própria
vontade, que o atrai e o alicia. Depois de conceber ela dá a luz ao pecado que
gera a morte espiritual.
É no coração do homem que está os
sentimentos e desejos, gerados pelos espíritos do mundo. Então as coisas do
coração são materialistas. As coisas da inteligência são espirituais, porque o Espírito
de Deus só age na inteligência do homem, tornando-o sábio e prudente, separado
para Deus. E ele só sente alegria nas coisas de Deus.
Deus criou o homem livre, mas a
verdadeira liberdade é um dom do Espírito de Deus para os que desejam viver em
santidade. O homem natural guiado pelo coração é escravo do pecado.
3,1-3
– Arjuna questiona porque ir à guerra se a inteligência é melhor que o esforço
passageiro. Krshna responde que há duas maneiras de compreender o Eu. O estudo
filosófico (sankya yoga) ou o serviço devocional (buddi yoga).
Comentário: Definindo estudo
filosófico como um empenho intelectual, e serviço devocional como ritual e
culto, ambos com o objetivo é penetrar em si, e controlar os seus sentidos. O
primeiro é exercício da ‘filosofia’, o segundo do culto religioso. Mas a Bíblia
recomenda o exercício da vida no Espírito, ou seja, procurar viver em santidade
e perfeição, mesmo que elas sejam inacessíveis ao homem.
A Bíblia quer
a renúncia do eu (ego). Porque o homem é mal, e precisa se afastar do mal, se afastar
do seu eu. Renunciar à sua alma natural para obter alma renovada pelo Espírito
de Santidade de Deus. Este processo é o crescimento espiritual. O caminho e
exemplo é Jesus. Seus passos foram de fé, perdão, humildade, paciência,
compreensão, amor e caridade. O ensinamento bíblico é de vida, de como viver a
cada dia ‘agora’ nesta vida temporal e ilusória. A Bíblia não se preocupa em
ensinar uma vida para depois da morte, e diz que nada se pode fazer depois da
morte, nem louvar a Deus; só esperam o juízo final. Por isso se diz que Deus é
Deus da vida, porque ele dá a vida, a mantém e ensina como vivê-la em santidade
(verdade).
O eu ‘ego’ é a pessoa no centro. A
renúncia do eu leva ao nós, à unidade coletiva, ao bem comum. Jesus ensina que
devemos amar o próximo como a nós mesmos, e sermos o último ao invés de
primeiro; servir e não ser servido. Tudo é um ensinamento de vida.
3,4s
– Não se livra da reação só porque deixa de agir, e ninguém chega à perfeição praticando
a renúncia. Mais BG6,1-10.
Comentário: Definindo renúncia como
ato de deixar de fazer algo. Considerando que a Bíblia é um livro que ensina a
viver esta vida. Ela ensina dois tipos de atividades as boas e as más. Ela
recomenda renunciar ao mal, e praticar o bem. Conforme definição dela o bem são
os frutos do Espírito (Gl5,22): caridade, alegria, paz, paciência, afabilidade,
bondade, fidelidade, brandura, temperança. E não há lei contra estas coisas. O
mal, segundo ela é o desejo manifesto (Gl5,16) pela fornicação, impureza,
libertinagem, idolatria, superstição, inimizades, brigas, ciúmes, ódio,
ambição, discórdia, partidos, inveja, bebedeiras, orgias e coisas semelhantes a
estas.
A Bíblia também ensina sobre fé e
obra. Ela diz que a obra sem fé é morta, e que a fé sem obra não serve para
nada. Neste sentido a fé e a obra atendem aos dois modos citados anteriormente
da filosofia e da devoção. Mas eles são sustentados pela fé, que até agora não
foi citada. A fé é base da crença e da aceitação. Quando não há fé a religião é
rebaixada, e se torna filosofia. Sem a fé a devoção é rebaixada, e se torna
superstição, pois não há um ser a ser glorificado, ou se glorifica um falso ser,
que não é.
A
renúncia sem fé (em Deus) é sem sentido e não leva a lugar algum, como afirma o
texto. Mas a fé (em Deus) transforma a renúncia em vida verdadeira, pois a fé mostra
a vida ilusória, os falsos valores, e dá ao homem o caminho das virtudes. Assim
a fé é achave no ensinamento bíblico.
Contradições. Em BG3,34s Trata a
renúncia como princípios e deveres prescritos. Que diz: Há princípios que
regulam o ego e a aversão aos sentidos e objetos. Em BG3,41, Krshna diz a
Arjuna; refreie o impulso de pecado, que é a vontade.
Em
BG6,2 diz: aquilo que se chama renúncia é o mesmo que yoga, ou união com o
Supremo. Todo o capítulo 18 trata da perfeição da renúncia.
Aqui preciso esclarecer que há
falsos deuses, e que a fé leva ao deus daquela fé, e o homem é servo (escravo)
do seu deus. A fé ao que é verdadeiro leva ao deus verdadeiro. É o que diz BG3,9:
Realize seu trabalho a Vishnu, e ficará livre do cativeiro.
3,25
– O homem ignorante faz seu dever interessado no resultado que vai obter, mas o
erudito pode agir com o intuito de guiar outras pessoas.
Comentário: Na Bíblia quem guia e
ensina cada um é Deus. Esta graça se chama onipresença. Os líderes e guias
humanos servem como ministros do ensinamento, mas quem age na inteligência do
homem, e o faz compreender o ensinamento é o espírito de seu deus. Se o Deus é
verdadeiro o homem aprenderá a verdade. Ninguém consegue colocar uma idéia (tal
como ele deseja) na cabeça de outro, pois cada um vai entender da sua maneira.
Se o guia tem a intensão de dirigir uma pessoa por um caminho, ele está apegado
a esta vaidade. O guia pode ensinar, mas quem vai fazer entender é Deus. Nisto
estão os conceitos de conhecimento (palavra, verbo, logos) e entendimento
(saber, sabedoria, sofia). Como diz o verso BG3,27: quem se julga autor de uma
atividade está confuso.
3,36-41
- Arjuna pergunta o que leva a pessoa a atos pecaminosos mesmo contra a
vontade. Krshna responde que é a luxúria (vontade, desejo, querer).
Comentário: Tiago Tg1,14, diz que cada
um é tentado por sua própria concupiscência (desejo), que o atrai e alicia.
3,42s
– A alma é superior à inteligência, esta à mente, esta aos sentidos e estes à
matéria. A mente e a inteligência humanas são materiais, e a pessoa deve
equilibrar-se por meio de uma inteligência espiritual para vencer sua vontade
(luxúria).
Comentário: A inteligência, a mente,
a memória e os sentidos formam a alma, o ‘ser’ da pessoa, e esta não existe
independente deles. Então a alma é material e finita.
O verso 3,43 diz que a mente e
inteligência humanas são materiais, logo a alma também o é. E contradiz 2,16s
que diz que a alma é eterna.
Só com a inteligência espiritual o
homem pode controlar seus desejos. Quer dizer que só com o ensinamento divino
(não há inteligência espiritual. Dizemos que Deus tem inteligência mas por
força de linguagem, porque Deus é a fonte da inteligência).
4,22-24
- Quem se contenta com o que ganha, não é dualista, não inveja, é estável no
sucesso e no fracasso, não se enreda. Seu trabalho não se prende à natureza
material, e alcança o reino espiritual. Em BG4,12 diz: Os homens desejam sucesso
nas atividades fruitivas, então adoram semideuses.
Comentário: Não é dualista porque já
fez opção por um dos dois caminhos, e o segue com fidelidade. Jesus diz que há
dois caminhos (Mt7,13), um estreito que leva à vida verdadeira, simples e de
paz, e outro largo e repleto de delícias da matéria, mas que leva ao
sofrimento.
O que segue o caminho largo pode
escolher seu deus: a fortuna, a festa, a orgia, o luxo, etc que são os
semideuses ocidentais.
4,26-33
- Alguns sacrificam faculdades sensoriais, fazem o controle da mente,
restringem a respiração ou alimentação, para se purificar. Idem Cap6,11- 40
Comentário: Os judeus antigos
ofereciam sacrifícios de animais para purificar seus pecados. Jesus veio para ensinar
que Deus prefere o amor e a misericórdia aos sacrifícios, e que a oração, o
arrependimento e o perdão são as melhores ofertas que se pode fazer para Deus.
4,35
- Com o conhecimento verá que todos os seres vivos são apenas partes do
Supremo.
Comentário: Entendendo como ‘partes
do Supremo’ que todos têm uma partícula emanada de Deus, teologia chamada de
panteísmo.
A Bíblia ensina que tudo foi criado
por Deus, então tudo tem a inteligência do criador na sua formulação, e tudo
age conforme a vontade dele (as leis naturais), que se apresenta como cristais nos
minerais, como DNA e instintos nos vegetais e animais. O homem pensa, então ele
tem algo mais, que é o espírito, que o faz agir por si. Deus é onipresente, e
todos estes atributos das criaturas representam a presença de Deus nelas. A
onipresença não é uma parte material, nem espiritual de Deus na criatura, mas a
idéia (projeto) que Deus tem de cada uma. De Deus não emana nada, pois ele é
imarcessível, eterno, e inalterável. Quanto ao homem, Deus o criou perfeito,
mas ele desobedeceu, e perdeu a perfeição, agora só pode recuperar a perfeição
perdida voltando-se para Deus. Mas a vontade do homem tornou-se contrária à de
Deus, e naturalmente ele se afasta. Para se aproximar ele deve adaptar sua natureza
material na espiritual, e isto ele só consegue permitindo que o Espírito de
Deus mude seus pensamentos (sua alma).
5,14s
- O espírito não cria atividades, nem induz as pessoas a agir, tudo isso vem da
natureza material.
Comentário: Diferentemente a Bíblia
ensina que o espírito dá vida. O Espírito de Deus dá a vida às criaturas e as
mantém no bem. O homem tem a natureza má dadas pelo pecado, e pelos espíritos
do mundo, são espíritos de farra, de ciúme, de confusão, de traição, de violência,
de esporte, de música, de ganhar, se ser mais poderoso, etc
O conjunto de espíritos escolhidos
por uma pessoa forma seu espírito pessoal. Todos são maus. Apenas o Espírito de
Deus é bom, e a pessoa também pode escolhê-lo para governá-la. Neste caso deve
renunciar aos demais espíritos, pois não pode servir a Deus e a falsos deuses
ao mesmo tempo (Mt6,24).
Os espíritos do mal fazem as pessoas
agirem mal. Eles são impessoais. O espírito do bem faz a pessoa agir no bem. A
pessoa escolhe o espírito que quer nas suas atividades. Deus diz, coloco diante
de ti o bem e o mal, a vida e a morte, e o que pedir será dado.
Os espíritos dão idéias à alma, ela
traz à realidade, e executa (materializa), porque a função da alma é escolher
os espíritos, e materializar suas idéias.
A
alma liga os espíritos (imateriais) e a matéria.
O espírito não dá idéias nem induz a
agir quando está ausente, e a pessoa acha que está. É um engano de percepção.
5,16-29
- Quando a ignorância é destruída na pessoa, seu conhecimento revela tudo. Seu
pensamento e fé estão com Deus. Não faz distinção de pessoas e coisas. Está
satisfeito, é feliz, e alcançou o Reino de Deus.
Comentário: Na medida em que a
ignorância for destruída, algum conhecimento é revelado. Ninguém consegue ser
totalmente livre (da ignorância).
6,41-44
- O yogui malogrado nasce (reencarna) numa família de pessoas virtuosas ou
rica.
Comentário: Diferentemente a Bíblia
ensina que;
b)
Cada um recebe de acordo com suas escolhas, mas Deus é bom, misericordioso, conhece
as intenções do coração, e sabe quanta justiça há nas atitudes de cada um.
c) O
filho não paga pelo pecado do pai. Assim um atual reencarnado não deveria pagar
(ou gozar) pelos erros (ou acertos) de seu antecessor. Porque quem erra é a
pessoa e não o espírito.
d) O
justo viverá pela fé, mas se ele desfalecer Deus não se agradará mais dele
(Hb10,38). Melhor seria não ter conhecido o caminho da justiça (2Pd2,21).
e)
Uma reencarnação assim todos aceitam, e se esforçam para ter, e isso torna um
serviço por interesse.
7,1-3
- Deus disse: Com a mente apegada a mim, podes ficar livre das dúvidas e
conhecer-Me por completo. Há homens que se esforçam para serem perfeitos, mas
entre os perfeitos é difícil achar um que me conheçe de verdade.
Comentário: A Bíblia ensina que Deus
é intangível, homem nenhum o alcança, nem o conheçe, mas aquele que o ama (se
apega) é consolado pelo Espírito Santo.
7,4-7
- Terra, fogo, ar, éter, mente, inteligência e falso ego são minhas energias
materiais separadas. Estas energias são exploradas pela minha energia
superiorque são as entidades vivas. Não há verdade superior a mim.
Comentário: Nestes versos o autor
declara que a mente, inteligência e falso ego são coisas materiais e não
espirituais. Elas são partes da alma, então a alma é de natureza material. Todas
foram criadas. Assim se estabelece a superioridade de Deus sobre as criaturas.
Quanto a conhecer Deus. A Bíblia diz
que sustentação da criação se faz pela onipresença, quando Deus recria todas as
coisas a cada instante com seu Espírito que passa por tudo, mas não pertence a
ninguém.
Quanto
a Deus ser pessoal ou impessoal. A Bíblia fala de um Deus pessoa, que apareceu
a Moisés na sarça ardente, e fala com ele. Mas esta é a melhor forma dele se
apresentar ao homem, o que não quer dizer que ele seja uma pessoa. Deus é
espírito e não tem aparência. Ele tem atributos (virtudes, anjos, graças). Deus
não é pessoal, nem impessoal, Ele é eterno, infinito e único, apenas o
relacionamento com o homem é feito como pessoa. Por isso a face de Deus não
pode ser vista, nem se pode representá-lo com nenhuma imagem.
7,8-11
- Eu sou o sabor da água, a luz do Sol, a propagação do som e a habilidade do
homem, o cheiro, o calor, a vida, a semente, a inteligência e o poder. A força
e a atividade sexual.
Comentário: Na Bíblia Deus não é
estas coisas. Ele é o criador delas. O livro da Sabedoria diz (sab13): ‘São
insensatos por natureza os que desconhecem Deus, e através dos bens visíveis
não souberam conhecer aquele que é, nem reconhecer o artista pelas suas obras.
Se encantados as tomam por deuses, saibam quanto seu Senhor prevalece sobre
elas, porque é o criador da beleza que fez estas coisas’.
Deus não pode ser sabor, nem luz,
nem som, nem cheiro, nem calor, nem vida, nem semente, porque estas coisas são
materiais, e Deus é espírito. Talvez o autor quizesse dizer que Deus é o
criador destas belezas.
A habilidade, a inteligência e o
pensamento do homem é dado por espíritos, sendo que só há um espírito de bem
(que é Deus) os demais são invenções humanas, portanto falsos e ilusórios. Os
pensamentos e atitudes de bem são inspirados por Deus, os outros vêm dos
espíritos do mundo (tradições, costumes, ciências, moda).
7,12-15
- Os estados de existência são: bondade, paixão e ignorância, e se manifestam
por mim. Eu sou tudo, mas sou independente, e não sofro influência do que é
material. Iludidos nestes modos os homens não me conhecem. Estou acima destes
modos e sou inesgotável.
Comentário: Para a Bíblia o homem é
‘pecador’, que quer dizer que ele erra a cada decisão que toma, embora ele se
ache bom, e que não erra. Assim só há um estado existencial, o natural, que são
trevas ou ignorância. E para resolver esta questão Deus quer que cada indivíduo
se arrependa, e começe a mudar seu comportamento. Esta mudança deve ser direcionada
para a perfeição. Para ajudar o homem, Deus age com misericórdia, envia seus
anjos (virtudes) para socorrê-lo, e ensina ao homem as virtudes. Elas são a
vontade de Deus, e cultivando-as ele cresce espiritualmente, mas não atingirá a
perfeição.
Paz, alegria, luz, vida, amor,
felicidae, perfeição, ciência, sabedoria e muitas outras virtudes são
intangíveis para o homem. Ele quer, persegue, adquire, mas nunca alcançará plenamente.
Comentário sobre Deus ser
inesgotável. A Bíblia diz que Deus é imacercível, ou seja, não perde nem ganha nada,
não diminui nem aumenta, é inesgotável. O reencarnacionismo não satisfaz a esta
condição, pois nele há uma emanação de Deus. Emanação significa perda da parte
emanada. No mavantara tudo está materializado, deixando de ser divino. Se
disserem que uma parte do que se materializou é divina, haverá uma dupla controvérsia.
Primeiro: aquilo que se materializa passa a ser matéria, depende da matéria já
que está preso a ela na materialização, e Deus não sofre influência da matéria,
nem se prende a nada. Segundo: se deus se mantém independente mesmo estando
preso àquela materialização, significa que Deus não é tudo, que há algo que se
materializou que não é Deus.
A Bíblia ensina o criacionismo, e
assim estas controvérsias deixam de existir. Pois Deus cria todas as coisas,
por isso há duas naturezas a espiritual e a material, opostas entre si, uma
substância, a outra extenção. De Deus nada emana, Ele usa sua ciência
(Conhecimento, leis) e seu Espírito (Entendimento, ação) para criar.
7,16-20
- Quatro classes de homens piedosos: o aflito, o que deseja riqueza, o inquisitivo
e o que quer conhecer o Absoluto. Após nascimentos e mortes, o que adquire o
verdadeiro conhecimento se rende a Mim. Mas aquele que se prende a desejos
materiais rende-se aos semideuses.
Comentário: Após nascimentos e
mortes. A Bíblia ensina que o homem natural está espiritualmente morto, é
totalmente matéria e erro. Então ele precisa morrer para este tipo de vida e
renascer para uma nova vida em Cristo. Mas ele precisa morrer e nascer
espiritualmente muitas vezes nesta vida, para galgar graus de conversão até se conformar
a Cristo. Após a morte nada mais se pode fazer.
7,21-23
- Estou nos corações de todos como Superalma. Quando alguém adora um semideus
Eu fortifico sua fé, e atendo aos pedidos que faça ao semideus. Os que adoram
semideuses vão para os planetas dos respectivos semideuses, e os que me adoram
vão para o planeta supremo.
Comentário: Deus Javé (da Bíblia) é
único, e não aceita que quem o segue tenha outro deus. A igreja católica admite
‘santos’ como os semideuses citados, contrariando o ensinamento bíblico. Deus
sustenta a vida no homem, o fez livre para escolher seu caminho, e o homem
natural escolhe o caminho do mal. Se o homem quizer seguir o caminho do bem ele
deve tomar a decisão de renunciar sua vontade e desejo que são maus. Renunciar
aos desejos, e aceitar as coisas boas para todos, mesmo que sejam ruins para
ele. Este é o processo de conversão (mudança de comportamento). À medida que o
homem abandona as vontades do ego ele atende às vontades de Deus. Deus o faz crescer,
e se conformar a Cristo. Neste caso não existe o ser Superalma, o que existe é
Deus, o homem e a conversão do homem.
Aqui a palavra planeta equivale à
palavra reino, como em Reino de Deus. Não se trata de planeta ou astro do
universo, como muitos creem, mas de um estado espiritual ‘agora’. Assim como a
palavra reino se refere a um reino espiritual.
7,27-
Os seres vivos nascem na ilusão confundidos pela dualidade desejo e ódio.
Comentário: O homem foi criado bom,
mas desobedeceu pela curiosidade de conhecer coisas novas. Ele vivia no paraíso,
e conhecia coisas boas, então a novidade só poderia ser o mal. E o homem
conheceu o mal, e gostou dele.
8,1-4
- Ó meu Senhor. O que é Brahman? O Eu? Atividades fruitivas? A matéria? Um
semideus? Ele responde: Brahman é a entidade viva transcendental e
indestrutível. O Eu é a natureza eterna de Brahman, e o Senhor Supremo
representado como Superalma no coração de cada ser corporificado. Atividade fruitiva
(karma) é a ação que forma os corpos materiais.
O
comentarista do BG explica:
a)
A Verdade Absoluta é percebida em 3 fases: Brahman (espírito onipenetrante),
Paramatma (Deus localizado no coração dos seres vivos) e Bagavan (Personalidade
Suprema - Krshna)
b)
Atividades fruitivas (karma)
c)
Atma – refere-se à mente, à alma e ao corpo, e aos sentidos
Comentário: As 3 fases da Verdade
Absoluta são semelhantes à Trindade divina do cristianismo, incorporada à
religião pelos pais da igreja, e não têm fundamentação bíblica. A Bíblia fala
de Deus Javé, que no Antigo Testamento é mostrado com Majestade e Soberania, e
no Novo Testamento Jesus, o Cristo de Deus, mostrou o lado da Clemência e da
Misericórdia de Javé Deus. Deus tem todas as virtudes (bem), e os anjos são
mensajeiros de boas ações (virtudes, bênçãos) de Deus para o homem.
Quanto ao karma, a Bíblia ensina que
todos são criados diretamente por Deus, e vivem uma só vida. Que Deus ama a
todos sem destinção, e quer que todos sejam bons. Mas o homem é livre, e
prefere a ilusão da matéria, pois tem movimento e variações.
E
que cada um paga por suas faltas segundo as intenções com que elas foram feitas. Quanto à Atma. Atma é o mesmo que alma,
a pessoa como ser, portanto mortal e de uma só vida. A alma citada no BG2,16s, é
espírito (não alma) eterno, mas impessoal.
Quanto ao Eu. o BG diz: ‘O Eu é a
natureza eterna de Brahman, é o Senhor Supremo, representado como Superalma no
coração de cada ser corporificado’. A Bíblia trata estea ação como onipresença
de Deus, que é o Espírito de Deus mantendo a criação. O quer dizer que ele
acompanha a criação eternamente, infinitamente e imacersívelmente. A cada
instante repõe as células, cura, faz o corpo funcionar (respirar, digerir,
mover) através das leis naturais, dos instintos, da genética, e da ação
espiritual. Se Deus tira a respiração do homem ele morre. Quanto ao pensar,
Deus dá ao homem, a todo instante, idéias do bem, mas o homem é livre e prefere
pensamentos maus dados por maus espíritos gerados pelos próprios homens, e que
estão no ar.
Na psicologia o ‘eu’ é a parte mais
individual do homem, o ego, a persona, a Alma da pessoa, o que concorda com a
Bíblia. O BG fala do Eu como se fosse o eu divinizado, mas o ‘eu’ não pode se
divinizar. A Bíblia ensina que para se viver uma sociedade justa e pacífica, o
homem deve renunciar ao seu eu (vontades e desejos) e passar a querer aquilo
que é bom para a comunidade. Este proceder é como renunciar ao egoísmo, e viver
pensando no próximo. Fazer para os outros só aquilo que quer que os outros
façam para ele. Colocar-se no lugar do outro, e então decidir o que fazer. Isto
exige renúncia, perdão e, sobretudo muita inteligência, e leva o homem à
sabedoria (Santidade).
8,5-8
- O estado que se está na hora da morte, será o alcançado após a morte. Aquele
que se lembra de mim ao morrer, no mesmo instante alcança minha natureza.
8,9
– Deve-se meditar na Pessoa Suprema como aquele que sabe tudo; como o
controlador; como o que é menor que o menor; como o mantenedor de tudo; como o que
é inconcebível, que é sempre uma pessoa, e está além da natureza material.
Comentário: Este conceito contraria
o conceito do Eu de BG8,1.
Deus não é pessoa é substância,
‘ser’, não tem aparência de uma pessoa, mas é tratado pelo homem como pessoa
para facilitar o relacionamento. Uma pessoa é ‘estar’, estado provisório,
dinâmico, o que é incompatível com Deus, porque Deus é único, espírito e se
manifesta sempre como espírito.
8,10s
– O capítulo 8 fala sobre a oração.
Comentário: Deus é perfeição, e ela
significa plenitude do que é bem. Também é eterno, inerte, porque o que é
perfeito não pode mudar. A perfeição é única como a verdade, então perfeição é
verdade e eternidade sem movimento. Mas como já disse, o homem é livre, e
prefere o movimento e as variações (ilusão) da matéria. Para voltar-se para
Deus o homem precisa se afastar do movimento. Uns tomam a posição do yoga,
outros se ajoelham, outros se prostram. A posição não tem muito valor, o que
vale é a concentração em Deus. Então cada um procure a posição que lhe facilite
a concentração, e faça suas orações, longe do barulho e do movimento.
A física ensina o equilíbrio
estático, dinâmico e indiferente, e isto é válido também para a oração. O
equilíbrio estático equivale a se afastar do movimento. O dinâmico significa
que se pode orar enquanto se executa uma tarefa, seja no trabalho ou no lazer.
Faça suas tarefas pensando em Deus, como se estivesse fazendo aquilo para Deus,
e na companhia dele, pois ele está presente ao seu lado, e manda seu Espírito
Santo consolar a pessoa que pensa nele. O equilíbrio indiferente é quando se
vive tão ligado a Deus pela oração (religião) que se torna indiferente à
realidade.
9 -
O capítulo 9 fala do ‘Conhecimento mais confidencial’
Comentário: Este conhecimento
individual específico é dado a cada um, por Deus, porque o Espírito de Deus é
Sabedoria. A Bíblia diz em Sab7,22s, sobre a Sabedoria: Nela há um espírito
inteligente, santo, único, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, puro, claro,
inofensivo, inclinado ao bem, livre, benéfico, estável, seguro, livre de
inquietação, que tudo pode, que cuida de tudo, e penetra em todos os espíritos.
É mais ágil que todo movimento. Ela atravessa e penetra tudo, graças à sua
pureza. Ela é um sopro do poder de Deus, uma irradiação límpida da glória do
Todo Poderoso, e nenhuma mancha pode se insinuar nela. Ela é uma efusão da luz
eterna. Imutável em si, renova todas as coisas. Ela se derrama de geração em
geração nas almas santas, e forma os amigos e os intérpretes de Deus. Porque
Deus só ama quem vive com a sabedoria!
9,4-24
– Estes versos são monoteístas e criacionistas, com exceção de alguns.
Comentários: O verso 9,4 contradiz o
panteísmo, e diz: Eu penetro o universo inteiro. Todos os seres estão em mim,
mas Eu não estou neles.
Os versos 8,1-4 sobre Eu, Superalma
e Brahman, afirmam o contrário. Na Bíblia todos representam o Espírito de Deus
e sua onipresença. A onipresença é como se Deus fosse uma pessoa que está muito
perto, mas que não está dentro de ninguém, nem dentro de nada. Não há nada que
caiba Deus dentro. Um deus condicionável não é verdadeiro.
Bem como o verso 9,5 que diz: Os
elementos criados não repousam em mim. Mantenho as entidades vivas, estou em
toda parte, mas não faço parte desta manifestação. E ainda contradiz o verso 6,
que diz: Todos os seres criados repousam em mim.
Somente
os seguintes versos do cap 9 são panteístas:
Verso
7 fala do fim do ciclo de reencarnações quando todos os espíritos foram
purificados. Então tudo recomeça, numa sequência sem fim, uma escravidão
espiritual, sem chance do ‘nada’, que a Bíblia chama de repouso sabático em
Deus.
Verso
15 fala de ‘outros’ ‘que o vêem como quem se dividiu em muitos’. Mas isto é uma
visão de ‘outros’ que não entendem que Deus é indivisível, imacercível.
Verso
19 diz: Tanto o espírito quanto a matéria estão em mim.
Aqui
se refere às leis da natureza material (que são fundamentos espirituais) já que
ele é o criador de tudo. Tudo partiu dele, não por emanação (como diz 10,8),
mas por criação, por ação do seu espírito criador.
Versos
20s Falam de planetas celestiais, mas isto não é assim. Estes ‘planetas’ não
são do mundo físico, material, mas do mundo espiritual. São planos espirituais
que o homem estudioso alcança, elevando-se, como quem sobe uma escada degrau a
degrau.
10
- Os versos deste capítulo também são monoteístas e criacionistas, e apenas os versos
8 e 20 são panteístas.
Verso
8- Fala de emanação e não criação, contradizendo os do cap 9.
Verso
20- Fala de Superalma existente no coração dos homens.
A Bíblia ensina a onipresença de
Deus, uma característica do Espírito de Deus que penetra todas as coisas, e
deixa no homem a necessidade de encontrar Deus. Veja comentário do BG13,14s
10,34-
Eu sou a morte que tudo devora. Sou o princípio encarregado de gerar tudo que
vai existir.
Este verso reforça o criacionismo e
elimina a possibilidade de reencarnação. Na reencarnação os ‘espíritos’ existem
desde o princípio e são eternos, nunca foram criados. Emanam deste princípio,
que não é Deus, é um local de concentração dos espíritos puros, individualizados.
Após a emanação começam o ciclo da materialização segundo seu Karma, então eles
mudam de forma e matéria, mas continuam eternos (BG9,7).
11 –
Neste capítulo Krshna deu a Arjuna olhos divinos para que ele visse seu
esplendor místico. E Arjuna viu olhos e bocas ilimitados e visões maravilhosas.
Tudo muito decorado e ornamentado, brilhante como muitos sóis. Formas humanas
de quatro braços e de dois braços.
Comentário: Todo este esplendor é
uma alegoria, pois Deus é espírito e não tem forma, nem cor, nem bocas, nem
olhos, nem braços, nem brilho, porque tudo isso é matéria.
12–
O capítulo 12 fala dos caminhos que levam a Deus (semelhante à Bíblia).
12,1-10
– Arjuna pergunta a Krshna: Quem é mais perfeito, aquele que vive em devoção ou
aquele que adora o imanifesto? Ele responde: Aqueles que me adoram, mas quem
adora o imanifesto me alcançará. Quem fixar seus pensamentos em mim viverá
sempre em mim.
12,11s-
Aqueles que querem, mas não conseguem se fixar em mim devem renunciar às suas
atividades, dedicar-se ao estudo do conhecimento.
12,13-20
- Recomendações: Não invejar. Não querer possuir coisas. Não ser egoísta. Ser
moderado na aflição e na felicidade. Ser tolerante. Ser sempre satisfeito.
Aplicar-se à devoção. Não por ninguém em dificuldade. Não competir. Ser puro.
Não se alegrar nem se magoar. Não lamentar nem desejar. Ser igual com amigos e
inimigos, na fama e na infâmia. Ser silencioso e satisfeito.
13,8-12
– Conhecimento e ignorância.
Conhecimento
é: humildade, modéstia, não violência, tolerância, simplicidade, limpeza,
firmeza, autocontrole, renúncia ao gozo dos sentidos, sem egoísmo, desapego,
desapego à família, equilíbrio diante dos acontecimentos, oração, afastar-se de
aglomerações, buscar a verdade, aproximar-se do mestre.
13,14-35
- A superalma penetra tudo. Em toda parte estão suas mãos, pernas, olhos e
ouvidos.
Comentário: A Bíblia ensina a
onipresença de Deus, uma característica do Espírito de Deus (Sabedoria) que
penetra todas as coisas, mantém tudo, e deixa no homem a necessidade de
encontrar Deus. O homem natural é afastado de Deus pelo pecado, e nele só há um
anseio que ele desconhece que seja a conhecer o Espírito Santo. Este anseio
pode levá-lo a conhecer coisas contrárias a Deus. Foi o caso de Adão e Eva que
querendo mais conhecimento, desobedeceram a Deus, comeram do fruto proibido da
árvore da ciência, e pecaram. Assim nasce a ciência humana, e também se formam
os espíritos do mundo.
A questão aqui é a definição do que
é espírito. O que é espírito? Espírito são doadores de ação. A ação dá vida à
idéias. Eles não são personalizados, ou seja, não são ‘ser’. Eles não têm
matéria nem depende dela. A característica dos espíritos é ser imaterial. Eles
não estão na dimensão física, mas na metafísica.
Há um só espírito verdadeiro, o de
Deus, os demais são criações humanas, como as idéias e conceitos, religiões,
ideologia, filosofia, tradição, costumes, organizações, moda, formadores de opinião
(formadores de espíritos) etc
Os dons do Espírito de Deus são
intangíveis ao homem, porque eles não combinam com a matéria. Assim o homem os
sente por breve momento, mas não os retêm plenamente. Estes dons também são chamados
de espíritos, anjos, virtudes. Eles vêm de Deus como sustentação, não por
emanação, e são infinitos, eternos, e nunca se acabarão. A Bíblia diz que os
dons e os frutos do Espírito são dados aos homens, mas só consegue senti-los
aquele que procura a santidade. Os dons são: sabedoria, ciência, fé,
discernimento, cura. Os frutos são: caridade, alegria, paz, paciência,
afabilidade, bondade, fidelidade, brandura, temperança. E só consegue saborear
os dons e os frutos aquele que decidir (com a razão) renunciar sua natureza
humana.
13,27
– Fica sabendo que tudo que existe é uma combinação do campo de atividade
(corpo, a natureza) e do conhecedor do campo (desfrutador eterno)
Comentário: Na Bíblia (Gn1) o verbo de
Deus, o eterno, ordena que se fizessem as coisas, e elas eram feitas com seu
Espírito. Assim a criação é resultado do verbo (conhecimento, Palavra, Ciência)
sob a ação do Espírito (Entendimento, Sabedoria). Não existiam matéria nem
natureza material, só existia Deus de natureza espiritual. A criação é tempo e
realidade. Hoje temos a Verdade inacessível ao homem, e a realidade material. A
Verdade se manifesta nas leis da natureza que é o verbo (ciência) de Deus,
inacessível e incompreensível para o homem.
14,1s – Krshna disse a Arjuna: Com este conhecimento a
pessoa pode alcançar a natureza transcendental como a minha, e então não nasce
na criação nem se perturba na dissolução.
Comentário: Isto diz que com o
conhecimento espiritual a pessoa sai do ciclo de nascer e morrer em
corporização. Jesus diz ser o caminho, a verdade e a vida, quem o segue chega a
Deus, mas quem não o segue vai viver e morrer num estado lastimável (infernal),
não havendo necessidade de encarnações.
Deve haver uma contradição em ‘não
se perturba na dissolução’, pois se a alma é eterna não há dissolução.
14,3
- Eu (Krshna) fecundo Brahman, a matéria, e daí nascem todos os seres
vivos.
Brahman é uma divindade com várias
formas como foi exposto nos comentários do BG 8,1-4, mas aqui ele é a
substância material. A Bíblia ensina que Deus Javé é único, e têm várias
características (não formas), todas espirituais. Ele cria a matéria, o tempo e
todas as coisas, mas estas não participam de sua natureza, porque são de natureza
material. A natureza material é oposta à espiritual por causa do pecado. Para
se religar (religião) a Deus, e adquirir a natureza espiritual o homem precisa
renunciar à sua vontade e desejo.
14,5-20
– Os modos da natureza material são: bondade, paixão e ignorância. Quando
alguém conhece o Senhor Supremo, que é transcendental, ele alcança a natureza
espiritual.
14,21-25-
Como se sabe quando alguém está no modo espiritual? Quem é espiritual não odeia
a luz, o apego e a ilusão, e nem os deseja. Não se perturba com questões
materiais. Comporta-se da mesma forma diante da felicidade e do sofrimento. Dá
o mesmo valor ao ouro e à terra. Permanece igual diante do louvor e da
repreensão, do desejável e do indesejável, da honra e da desonra, do amigo e do
inimigo, porque renunciou às atividades materiais.
15,7-11
- As entidades vivas condicionadas neste mundo são partes eternas de mim.
Comentário: Na Bíblia a vida é um
dom de Deus. Os minerais têm seus cristais e átomos, os animais e vegetais têm
suas células e genética. O homem em especial tem o pensamento. E estas são as
formas de vida no mundo físico. Deus não é a vida, ele a dá (porque o Espírito
não é a ação, ele faz agir) e a sustenta, através de seu Espírito. Assim a vida
é um dom de Deus, sustentada por algo que está fora do mundo material
(metafísico, transcendente), que se chama Espírito de Deus. A respiração, a
batida do coração, o movimento sanguíneo, as reações químicas do metabolismo
são efeitos causados pelo Espírito de Deus que está onipresente. E ele não
pertence a nada disso porque ele é a causa disso, está fora fazendo acontecer.
O pensar do homem deveria ser apenas
para Deus, porque o Espírito de Deus faz o homem pensar em Deus, mas o homem é
pecador, e erra, pensando em coisas que não são de Deus. Estes pensamentos são
dados por outros espíritos provenientes de outros deuses. No mundo há mundos
deuses, mas só um verdadeiro, porque só existe uma verdade, e compete a cada um
reconhecer o deus verdadeiro, para segui-lo. O Deus da Bíblia é dito como o
criador e sustentador de todas as coisas (causa das coisas), e é o Deus que dá
a vida. Aqueles que não creem na criação não reconhecem a vida e as virtudes
como vindas de fora eles, pois a divindade já está nele.
A principal diferença entre os dois
sistemas é que a Bíblia considera o homem natural, enquanto o BG considera o
homem divinizado. O homem divinizado não precisa de instruções, pois já está
pronto. Jesus diz (Mt9,12): ‘Não são os que estão bem que precisam de médico,
mas sim os doentes’, e este é objeto do cristianismo, a salvação dos que estão
perdidos, retirar do ciclo de reencarnações os que estão preso a ele. Jesus
diz: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida eterna’, porque o homem natural precisa se divinizar (se conformar ao Cristo),
e esta é a meta da Bíblia.
Veja que o BG15,16 diz: Há duas
classes de seres os falíveis e os infalíveis. No mundo material todos são
falíveis, e no mundo espiritual o espírito é infalível.
Comentário: Este verso concorda com
o comentário acima, e contradiz os versos 15,7-11, que considera o homem
divinizado (ou infalível).
15,12-15
- O esplendor do Sol, da Lua e do fogo vem de mim. Minha energia mantém os
planetas em órbita. Sou a digestão, a respiração dos seres vivos. Eu guardo a
memória e o conhecimento de cada um.
A Bíblia ensina que Deus não é o
esplendor do Sol, da lua ou do fogo. Ele é a causa deles. Sab13,1 diz:’São
insensatos por natureza todos os que desconhecem Deus, e através de bens
visíveis, não souberam conhecer aquele que É, nem reconhecer o artista
considerando suas obras. Tomaram o fogo, o vento, o ar agitável, a esfera
estrelada, a água impetuosa, os astros do céu por deuses, regentes do mundo. Se
tomaram essas coisas por deuses, encantados pela sua beleza, saibam, então,
quanto seu Senhor prevalece sobre elas, porque é o criador da beleza que fez
estas coisas’.
Todas as coisas foram criadas com
leis que as governam automaticamente como um moto contínuo. Os planetas têm
suas órbitas e reflexos de acordo com estas leis dadas por Deus. A digestão, a
respiração, a memória, o conhecimento também obedecem a estas leis, hoje
conhecidas como leis científicas, como astronomia, medicina e todas as
ciências. No homem só as idéias são de origem metafísica, elas são dadas pelos
espíritos (de Deus e dos homens). Deve-se entender o que é espírito, senão nada
se aprende, pois quem coloca as idéias (conhecimento) e o entendimento delas no
homem são os espíritos.
16,1-3
– São virtudes da natureza divina: destemor, pureza, verdade, caridade,
simplicidade, não violência, sem ira, renúncia, tranquilidade, não achar
defeitos, compaixão, sem cobiça, gentileza, modéstia, determinação, vigor,
clemência, fortaleza, higiene, sem inveja. Estas levam à libertação (verso 5)
16,4
– São da natureza demoníaca: Orgulho, arrogância, presunção, ira, rispidez,
ignorância. Estas levam à escravidão (verso 5)
16,6-22
– Há duas espécies de criaturas: divina e demoníaca. As demoníacas não sabem o
que deve e o que não deve fazer, e só fazem coisas destrutivas. O inferno tem
três portas: a luxúria, a ira e a cobiça. Aquele que age conforme seus
caprichos não alcança a perfeição.
Comentário: A Bíblia diz que todo
homem é mau e pecador, e que cada um individualmente deve decidir se deixa de
ser mau. Se deve abandonar sua vontade para fazer a vontade de Deus, mas isto é
difícil para o homem, porque ele tem prazer no mal. Quando ele decide deixar de
ser mau ele renuncia sua vontade aos poucos, deixa a influência material, e
cresce espiritualmente, degrau por degrau.
O homem que se acha bom e quase
perfeito fecha suas portas de crescimento por achar que não peca.
17,1-22
- Conforme os modos (ignorância, paixão e bondade) com os quais conviveu, o
homem tem uma fé específica. No estado de bondade adora os semideuses. No de
paixão, aos demônios. Na ignorância adoram fantasmas e espíritos. Muitos são
austeros e se penitenciam por orgulho achando que vão crescer, mas não passam
de demônios.
No
modo bondade os sacrifícios são feitos sem interesse em recompensa (nem
reencarnar numa vida melhor que esta). No modo paixão eles querem algum
benefício.
18,1-12
– Há duas renúncias: a vida renunciada, que deixa as atividades do desejo
material, e a renúncia, que deixa todas as atividades inclusive o sacrifício, a
caridade e a penitência. O melhor é não renunciar aos deveres (sacrifício, a
caridade e a penitência), e executá-los sem interesses. É impossível ao
corporificado renunciar a todas as atividades, mas então renuncie aos frutos
das suas ações.
Comentário: A Bíblia não faz estas
distinções, mas considera todo homem um pecador (no modo ignorância), que deve
se esforçar para deixar o pecado, por amor a Deus. Mas o homem não consegue ser
bom, porque depende da matéria, então Deus julga as suas intenções, e o agracia
com clemência e misericórdia. Deus ajuda o homem bem intencionado não pecar.
18,13-17
– Fatores de ação do homem: o corpo, o executor, os sentidos, os esforços, e a
Superalma.
18,18-35
- Fatores que motivam a ação: o conhecimento, o objeto e o conhecedor.
Constituintes
da ação: os sentidos, o trabalho e o autor.
Comentário: A Bíblia não faz estas
distinções, porque considera a vida e a ação do homem de natureza material. Ela
ensina o conhecimento de natureza espiritual, como por exemplo: as virtudes, os
dons, os frutos do Espírito, com os quais a pessoa se aprimora. Ela ensina que
ninguém consegue se salvar (ser bom, santo) pelo seu esforço, pelo trabalho, pela
oração ou devoção. Só com ajuda do Espírito de Deus consegue entender e querer
renunciar aos vícios e às atividades. No entanto, o trabalho, o alimento e
qualquer outra ação são consideradas boas se contiverem virtudes (leis morais).
A Bíblia considera que todo
pensamento e ação humanos são dados por espíritos. O Espírito de Deus
(semelhante à Superalma) dá idéias do bem, enquanto os outros espíritos (de
origem humana) dão idéias do mal.
18,36-39
– Há três tipos de felicidade: a que parece veneno, a que vem dos sentidos, e a
ilusão.
Comentário: A Bíblia diz que a
vontade do homem é contrária à vontade de Deus. Então o que parece felicidade é
veneno para o homem, e o que parece veneno traz vida, paz e alegria. Em Rm8,5
diz:’Os que vivem segundo a carne gostam do que é carnal. Os que vivem segundo
o espírito apreciam as coisas que são do espírito. Ora a aspiração da carne é a
morte, enquanto a aspiração do espírito é a vida e a paz. Porque o desejo da
carne é hostil a Deus, pois a carne não se submete à lei de Deus, e nem pode. Por
isso os que vivem segundo a carne não podem agradar a Deus’.
18,50-54
– Método para alcançar a suma perfeição.
Comentário: A Bíblia diz que o homem
nunca será perfeito, e só com a graça de Deus ele pode ser salvo. Aquele que se
acha perfeito está se condenando, porque não dá chance a Deus de resgatá-lo.
18,62-72
– Renda-te completamente ao Senhor Supremo, e por sua graça obterá paz e morada
eterna.
Comentário: Todos estes versos falam
da conversão. O verso 62 trata da conversão e da graça de Deus, contrariando os
anteriores que dizem que se alcança a perfeição através das atividades. A
Bíblia ensina que Deus é bom, misericordioso, clemente e generoso com aqueles
que o procuram, por isso ele os salva, não pelos seus méritos, mas de graça,
por amar o homem. Ela ensina que a vigilância é uma virtude do homem fiel, pois
este deve estar atendo, e sempre ligado em Deus, para que no dia que o Senhor o
chamar, ele ouça, e responda: Estou aqui Senhor!
A onipresença de Deus é como se Deus
andasse ao nosso lado, mas num caminho movimentado. Se o homem se distrai com
os atrativos do mundo, ele pode se perder de Deus. Assim, ele deve estar
atento, vigilante para não se afastar de Deus que o guia. Mesmo se estiver
perdido, se o homem chamar por Deus, ele prontamente se apresenta para uma nova
caminhada, porque Deus é bom e misericordioso, e não julga o homem por suas
atividades, que são más, mas pelas intensões do seu coração quando o chama de
Pai.
Guia
para entrar na (verdadeira) Vida Espiritual:
1-
Saber o que é ‘espírito’
2-
Identificar quem é seu deus (o espírito que você segue).
3-
Converter-se ao Deus verdadeiro.
4-
Levar uma vida em oração.
5-
Ter uma prática religiosa comunitária.
6-
Início (depende de Deus) da Vida em Espírito.
8- A
reação do homem: a ansiedade.
9-
Começo da Vida eterna.
Guia
para entrar na (verdadeira) Vida Espiritual:
1-
Saber o que é ‘espírito’
Explicado no ‘livro quem
sabe?’(link)
2-
Identificar quem é seu deus.
Os Anjos: Logos (material) e Sofia
(espiritual)
Sinônimos: Logos: conhecimento,
gnose, ciência, Verbo, Palavra, Cristo
Sofia: entendimento, clareza, Inteligência,
Sabedoria, Espírito Santo
3-
Converter-se ao Deus verdadeiro. Converter-se a cada dia.
4-
Levar uma vida em oração.
5-
Ter uma prática religiosa comunitária.
Desapego material: saúde,
alimentação, exercícios físicos, ritual
Desapego espiritual: perdão,
paciência, compreensão, rito
6-
Início da Vida em Espírito quando atingir 80% perdão e compreensão
7-
Renunciar-se. Abrir-se para receber Cristo em ti.
Ser sem alma (sem: vontades,
desejos, sonhos, fantasias e idéias).
Identifique
as emoções do seu coração, e as controle, porque emoções e reflexos são
provenientes dos instintos, e estes são úteis para o homem (animal, natural) sem
Inteligência e sem razão.
Migrar da matéria para o Espírito. Voltar-se
para pensamentos espirituais (perdão paciência, compreensão, entendimento,
tolerância, suportar ofensas e desrespeito). Pensar no Espirito Santo é não ter
nem amigos nem inimigos, ou seja, seguir o ensinamento de que devemos perdoar
os inimigos. Quando se perdoa, o perdoado deixa de ser inimigo. Servir aos outros,
e não necessitar ser servido. Faça tudo no amor, abastecido por Deus nas
orações.
Vontade de Espírito Santo.
8-
A ansiedade é uma resistência do homem natural sendo abandonado.
Lutar contra a ansiedade causada
pela renúncia.
Receber galardão de vencedor.
Conhecendo a Vida eterna.
Exemplo material: caridade e
assistência social.
Exemplo espiritual: instrução, oração
e rito